
Quatro escolas da região participaram, durante a última semana, das atividades que integraram a programação da 16ª edição do Seminário Ambiental da ação Viva o Taquari-Antas Vivo. Realizadas pela Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil) e Unidade Parceiros Voluntários (UPV) Lajeado, as oficinas itinerantes e as palestras de encerramento movimentaram cerca de 300 estudantes em oito dias.
O principal objetivo do seminário é estimular os jovens a desenvolverem uma consciência ambiental mais crítica e o interesse em compartilhar esse conhecimento em suas famílias e comunidades. As programações realizadas nas escolas provocaram a reflexão ambiental e a atividade de encerramento abordou temas como adaptação, resiliência climática e a importância dos recursos hídricos para a sociedade.
A diretora de Responsabilidade Social Corporativa da Acil, Luana Hermes, avaliou de forma positiva a programação realizada neste ano e a recepção dos estudantes com as propostas apresentadas nos encontros. "A iniciativa só é possível graças ao engajamento dos voluntários e à participação ativa dos estudantes. Foram momentos de muito aprendizado e trocas que proporcionaram uma reflexão a importância de construirmos uma geração mais consciente, preparada e resiliente diante dos desafios ambientais do futuro", frisou.
Oficinas
Uma das atividades realizadas de forma itinerante foi a "Água da chuva, água do rio: como fazer o uso ecológico para um planeta mais saudável". Ministrada pela voluntária do programa Edith Ester Zago de Mello, a oficina aconteceu em dois dias na Escola Municipal de Ensino Fundamental (EMEF) Universitário, de Lajeado. No encontro os estudantes conversaram sobre o uso sustentável da água, abordando desde o percurso que ela faz até chegar às residências, até o tratamento necessário após o consumo. Também foi apresentada a importância do aproveitamento da água da chuva, que ajuda a reduzir alagamentos e pode ser utilizada em diferentes funções no meio urbano.
Segundo Edith, durante a oficina os estudantes foram orientados a identificar, em suas próprias casas, a localização da fossa ou do sistema de tratamento sanitário para incentivar e falar com os pais e familiares sobre o manejo adequado do local. A iniciativa foi vista como uma oportunidade de multiplicação de conhecimento, já que os jovens podem compartilhar o que aprenderam em suas comunidades. "Momentos como este são fundamentais para formarmos cidadãos cada vez mais preparados e conscientes sobre a importância do cuidado com os nossos rios, a água e a natureza como um todo", explicou.
Além desta atividade, o seminário ambiental contou com outras sete oficinas que percorreram escolas da região que manifestaram interesse em receber a programação.
Encerramento
O encontro de encerramento, realizado na manhã desta quinta-feira (18), teve a participação de mais de 60 estudantes da Escola Estadual de Ensino Fundamental Otilia Correa de Lima. Eles acompanharam palestra com a engenheira ambiental e especialista em mudanças climáticas, Tanara Schmidt; com o coordenador da Defesa Civil de Lajeado, comandante Luís Maya; e com o capitão de Mar e Guerra da Capitania Fluvial dos Portos de Porto Alegre, Flávio Firmino.
Tanara iniciou sua exposição instigando os estudantes a refletirem sobre os impactos ambientais causados pelas mudanças climáticas. A palestrante destacou que, atualmente, o Vale do Taquari convive com todos os tipos de eventos provocados pelo clima e destacou que é necessária a busca por soluções sustentáveis. "Temos que nos capacitar e estar preparados, pois os eventos climáticos serão cada vez mais frequentes", afirmou.
Na sequência, Maya explicou aos jovens todo o processo realizado pela Defesa Civil do município em situações de cheias. Entre os pontos destacados pelo coordenador, estão o monitoramento de elevação do Rio Taquari e o acionamento do plano de contingência em. Assim que é realizado o acionamento, segundo o Maya, o atendimento direto à população atingida torna-se prioridade no município. "Nós temos medições que dão a previsibilidade da altura das águas em Lajeado e, conforme a velocidade da subida, colocamos em ação o plano de contingência que conta com o envolvimento de todas as secretarias do município", explicou.
De acordo com tenente, as ações envolvem a remoção das famílias em áreas alagáveis, o direcionamento ao abrigo municipal e a assistência a todos os moradores que estão sendo afetados. "É um trabalho complexo, que começa desde a remoção das famílias e finaliza apenas no momento em que elas são liberadas a retornarem para suas casas com segurança", destacou.
O encerramento da programação aconteceu com palestra do capitão Firmino. Ele falou sobre a atuação da Marinha do Brasil na defesa dos ambientes marítimos e aquáticos do país. Segundo o capitão, uma das principais atribuições do órgão, destaca-se a proteção da chamada "Amazônia Azul", que engloba uma área de 5,7 mil quilômetros quadrados de mar brasileiro. "É fundamental garantir a segurança da navegação e a prevenção da poluição hídrica. Assim conseguimos assegurar a preservação dos recursos naturais e o uso sustentável das águas brasileiras", pontuou.
Firmino compartilhou que a Capitania dos Portos de Porto Alegre, desempenha um papel estratégico nessa missão, atendendo 382 municípios com ações voltadas à proteção e ao controle das atividades náuticas. "Esse trabalho visa garantir que as águas do Brasil continuem seguras e protegidas, promovendo o desenvolvimento sustentável e a manutenção da ordem nas regiões marítimas", salientou.
O coordenador da ação Viva o Taquari-Antas Vivo, Gilberto Soares, comentou que o conhecimento compartilhado e a reflexão proposta têm impacto positivo nos participantes. "É gratificante ver os jovens participando de programações que motivam o agir de forma consciente, refletindo sobre as ações do passado, presente futuro", avaliou.