A ilha do Presídio, situada no Lago Guaíba, distante cerca de 2,5 Km da Capital, já foi a prisão mais segura do Rio Grande do Sul. Fugir de lá era considerado impossível. Em busca da liberdade, muitos se arriscavam, tentavam escapar a nado e acabavam morrendo. Estima-se que mais de 100 pessoas tenham sido presas no local por motivos políticos entre as décadas de 1960 e 1970. Uma história que ficou conhecida foi dos presos Júlio de Castilhos Pettinelli e Ettore Capri, que trabalhavam na cozinha e tentaram escapar em grandes panelas, amarrando uma na outra. Eles conseguiram fugir, mas quando chegaram a Porto Alegre, a polícia estava esperando.
A construção teve início em 1857 e foi concluída em 1860 com finalidade de abrigar a casa de pólvora de Porto Alegre. Em 1940, o Governo do Estado instalou um laboratório de pesquisa animal. Nos anos 1950 a Ilha foi adaptada para funcionar como um presídio de segurança máxima, recebendo jovens acusados de pequenos delitos. Em 1964, a Ilha foi transformada em um centro de detenção para onde foram enviados opositores do governo militar. Sua beleza natural contrasta com a solidez da arquitetura de seus prédios, relacionada ao uso prisional e à exclusão social.
Esse trajeto foi feito neste domingo (03/04) por um grupo de nadadores do Projeto Nadando pelos Cartões Postais, composto por Gustavo Brenner, Marcio Weber, Mauricio Bohn e Wilmar Araújo. Eles mergulharam nas águas do Lago Guaíba e refizeram o trajeto de fuga dos presos da Ilha do Presídio até a Praia do Cachimbo, na zona Sul de Porto Alegre. Apesar do tempo adverso, os atletas completaram o desafio.
O projeto Nadando Pelos Cartões Postais tem o objetivo de unir esporte e a conscientização ecológica com as suas atividades de águas abertas. Saiba mais como participar e apoiar no site francisswim.com.br.