ENSINO
Estudante da Univates projeta centro comunitário para o Nova Morada
   
Com o intuito de melhorar a qualidade de vida dos moradores do Nova Morada, foi proposta a construção do centro comunitário, com uma área de lazer e uma área comercial, complementando o espaço

Por Lucas George Wendt
15/07/2020 14h56

O Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) é a oportunidade para os estudantes desenvolverem pesquisas que exploram conceitos estudados ao longo do curso de graduação. Em alguns casos o TCC também pode servir para a proposta de intervenções práticas – o que está fazendo a estudante de Arquitetura e Urbanismo da Universidade do Vale do Taquari - Univates Nikeli Gregory. O trabalho foi apresentado na última quarta-feira (8). 

Seu trabalho resultou na proposta de construção de um centro comunitário no empreendimento Nova Morada, localizado no distrito de Novo Paraíso, em Estrela. O Nova Morada é um conjunto de condomínios de Habitação de Interesse Social (HIS) do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV). Atualmente dois empreendimentos estão finalizados, e a construção de terceiro condomínio tramita na Prefeitura de Estrela. 

Com o TCC a estudante espera incentivar o Poder Público a adotar o desenvolvimento de espaços como o da proposta. “Não somente nesse loteamento, mas também em outros locais que necessitem de interação social”, argumenta. 

Mais vida e movimento

Para que o condomínio fosse executado na área, predominantemente rural, no distrito de Novo Paraíso, o Poder Público Municipal fez investimentos em estações de tratamento de esgoto, iluminação pública, pavimentação de ruas e transporte público. O fato de estar localizado distante da área central da cidade, no entanto, acaba isolando os moradores, que não conseguem utilizar alguns serviços, como, por exemplo, praças e área comercial. A partir dessa situação surgiu a proposta de TCC de Nikeli. 

“Com o intuito de melhorar a qualidade de vida dos moradores do Nova Morada, propus a construção do centro comunitário, com uma área de lazer e uma área comercial, complementando o espaço com a oferta de um local que possa receber mais vida e mais movimento”, explica a estudante.

A presença do espaço comunitário é uma forma de humanizar a relação entre os moradores. Nikeli acredita que ali eles podem desenvolver atividades que incentivem o compartilhamento de experiências e a coletividade.

“É uma proposta que se justifica por si só, em um momento em que cada vez mais o sentimento de individualização acaba levando à destruição de laços coletivos, à violência e à segregação”, defende.

O professor Cristiano Zluhan Pereira, orientador do trabalho, explica que o tópico das habitações de interesse social é abordado em disciplinas do curso de Arquitetura e Urbanismo. “O curso procura trazer esse tema para despertar e desenvolver, no futuro profissional, a consciência sobre seu papel de transformação social. A Arquitetura é tida como um serviço acessível a poucas pessoas – por isso a necessidade de trabalhar temas como esse, valorizando a necessidade do profissional em todos os níveis da população”, diz. Por outro lado, a graduação deve ser completa para o estudante, contemplando competências técnicas e formação cidadã.

O projeto da estudante buscar oferecer um espaço à comunidade local para educação, cultura, lazer e esportes, além de atividades profissionalizantes, de cooperação e compartilhamento. As ações podem ser desenvolvidas em parceria com o Centro de Referência de Assistência Social (Cras).

O terreno escolhido para a aplicação do projeto fica ao lado da área do empreendimento, na entrada do Nova Morada, onde hoje há apenas uma pequena área de recreação, uma praça com playground e uma horta comunitária.

O projeto 

A implantação do centro comunitário, conforme o projeto, será feita na área logo na entrada do loteamento em um trecho de terreno privado. “Assim vai permitir o acesso dos moradores locais e do público visitante”, explica a estudante. 

Quatro diferentes platôs foram projetados para a instalação das diferentes funcionalidades no local. No primeiro estão previstos um bloco com salas comerciais proporcionais ao tamanho do loteamento, áreas de apoio e circulação. No segundo platô o bloco é constituído de circulações, área de trabalho da equipe do Cras de Estrela, uma área de desenvolvimento profissionalizante e de atividades para a associação de moradores e uma área de apoio (com vestiários, depósitos, copa e banheiros). Um bloco com um salão de festas e área administrativa está previsto para o terceiro nível do terreno, com sanitários voltados para a área de lazer nas proximidades. No último nível, que é onde está a vegetação existente, quiosques são posicionados de forma aleatória é para evitar ao máximo a supressão da vegetação. 

Quadra poliesportiva, quadras de volêi de areia, playground, academia ao ar livre, horta comunitária e espaços de descanso com bancos compõem a área de lazer projetada por Nikeli. A acessibilidade é um ponto desenvolvido no projeto, com a instalação de rampas para cadeirantes, trajetos de fácil acesso e sanitários adaptados. 

Com informações de Univates

   

  

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