COLUNISTA
Por que seu filho precisa de 40 horas semanais de terapias?
   
Diferente de países como França e EUA, os pais não são treinados para cuidar dos filhos com transtornos do desenvolvimento.

Por Ellen Camargo
31/08/2020 10h20

Não é à toa que os especialistas, após o diagnóstico de autismo indicam as terapias como fonoaudiologia, psicoterapia, terapia comportamental etc com o método ABA (Análise do Comportamento Aplicada) e mais que isso, o período o qual a criança deve ser submetida à essas terapias é de 20 a 40 horas semanais.

Você deve estar se perguntando: "40 horas semanais, não é muito tempo?". Comprovadamente é o tempo ideal!

Após 30 anos de pesquisas, em 1987, o professor e psicólogo clínico Ole Ivar Lovaas conseguiu fornecer evidências de que o comportamento de crianças com autismo poderia ser modificado por meio do ensino. E não somente isso, as técnicas que ele apresentou eram eficazes na redução de comportamentos inadequados.

O método de Análise do Comportamento Aplicada teve muitos pesquisadores como base, mas o tempo em que esse método deveria ser aplicado só foi possível através da pesquisa de Lovaas. Nos registros dessa pesquisa, ele indica que o profissional inicie a terapia individual com 20 horas e vá aumentando gradativamente até chegar as 40 horas totais após o primeiro mês. 

Segundo Lovaas, a terapia com o método de Análise do Comportamento Aplicada deve ser ensinada ao "aluno", ou seja, à criança com autismo:

  • de forma individual;
  • de forma gradual, ou seja, inicia-se com poucos programas e poucas horas e vai aumentando;
  • ensinar vários programas (ensinos) em um mesmo dia;
  • com intervalos de tarefas e brincadeiras intercaladas;
  • de forma natural, ou seja, os ensinamentos devem ser integrados ao cotidiano;
  • e, principalmente, os pais devem aprender e aplicar esse método.

 "Quanto mais horas de tratamento forem proporcionadas ao estudante, mesmo informalmente, maiores os ganhos do estudante." Ole Ivar Lovaas

Na maioria das vezes, enfrentamos muitas barreiras para encontrar esse método da forma descrida por Lovaas. O método ABA não pode ser aplicado em duas ou três horas por semana, em grupo e sem a participação dos pais, ISSO NÃO É ABA!

Mas então, o que você pode fazer para suprir essa falta de serviço? 

Você pode se tornar uma TERAPEUTA PARENTAL aprendendo como aplicar as terapias no cotidiano do seu filho para estimular o desenvolvimento dele. Veja como:

Como ser uma Terapeuta Parental

Ter o orgulho de estufar o peito e responder quando te perguntarem: "o que você faz?" "Eu sou mãe e Terapeuta Parental", "sou a terapeuta dele", porque é o que você é.

Aqui estão alguns fatos, dos quais você precisa estar ciente, para ser a terapeuta do seu filho:

  • Estar decidida a acompanhar o desenvolvimento do seu filho de perto;
  • Estar disposta a um estilo de vida bem diferente onde a "zona de conforto" não existe;
  • Compreender que essa é a única forma do seu filho receber o tratamento que precisa;
  • Estar ciente de que, nessa jornada, você pode não receber o apoio da sua família.

Chega um momento em nossas vidas que precisamos escolher as nossas lutas; rever nossas prioridades e ocupar o nosso tempo com o essencial.

Entrar em uma batalha judicial com o plano de saúde e receber um "ABA light" ou ficar meses esperando para ser atendido no SUS  enquanto o seu filho perde tempo, podem não ser as melhores escolhas e, definitivamente, não são as únicas.

Investir o seu tempo e dinheiro em conhecimento que irá desenvolver o seu filho por toda a vida e a você mesmo, me parece mais viável.

Apesar da maioria dos cursos sobre autismo serem oferecidos fora do Brasil, hoje contamos com bons cursos ofertados na internet. No entanto, muito mais que a teoria, é necessário que você aprenda na prática como aplicar os cuidados com o seu pequeno autista de uma forma objetiva e eficaz, que dará realmente os resultados que você espera. 

Quer ver um curso bom de verdade, que você aprende desde o começo na prática? Clica AQUI ou visite o site www.autistasemregras.webnode.com.

Ellen Camargo é pedagoga, atendente terapeutica, psicopedagoga, terapeuta parental e mãe de um menino lindo diagnosticado com TEA aos dois anos e meio.

   

  

Comentar comment1 comentário
  1. 01/09/2020 20:14 Ellen Camargo

    Obrigada pela oportunidade.

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