ECONOMIA
Vendas do varejo brasileiro crescem pelo quarto mês e superam em 8,9 nível pré-pandemia
   
Com a quarta alta seguida, setor superou em 8,9 o patamar de fevereiro, eliminando as perdas com a pandemia

Por O Sul
08/10/2020 14h19

Brasil - As vendas do comércio varejista cresceram 3,4% em agosto, na comparação com julho, segundo dados divulgados nesta quinta-feira (08) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com a quarta alta seguida, o setor conseguiu eliminar as perdas com a pandemia, superando em 8,9% o patamar de fevereiro.

Em meio à flexibilização das medidas de restrição e com a ajuda proporcionada pelo Auxílio Emergencial, o volume de vendas de agosto foi o maior da série histórica da pesquisa. “Com o resultado, o setor atinge o maior patamar de vendas desde 2000, ficando 2,6% acima do recorde anterior, de outubro de 2014”, informou o IBGE

Considerando todos os meses da série, esta alta de 3,4% foi a quinta maior já registrada, ficando atrás dos meses de maio de 2020 (12,7%), junho de 2020 (8,8%), julho de 2020 (5,0%) e janeiro de 2017 (4,1%).

“Essa alta está muito ligada à renda extra das famílias. Se a gente pegar os dados da Pnad Covid, veremos que as famílias com os rendimentos mais baixos tiveram um aumento de renda por conta do auxílio emergencial. Também guarda relação com a taxa de juros mais baixa que começou a chegar ao consumidor final, à pessoa física, com uma concessão ao crédito crescente”, avaliou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

“O varejo em abril teve o pior momento, com o indicador se situando 18,7% abaixo do nível de fevereiro, período pré-pandemia. Esses números foram sendo rebatidos nos meses seguintes, até que em agosto o setor ficou 8,9% acima de fevereiro”, acrescentou. Na comparação com agosto de 2019, o comércio cresceu 6,1%, terceiro resultado positivo consecutivo nesta base.

Comércio ainda acumula queda no ano

No acumulado no ano, porém, o setor ainda registra queda de 0,9%, enquanto que em 12 meses passou a registrar avanço (0,5%) após três meses de estabilidade.

“Com a entrada da pandemia, a gente muda completamente o comportamento da série. A gente estabelece tanto o piso inferior quanto o superior da série. Então, esse é um momento muito complexo, muito distinto dos anos anteriores. Há uma quebra, uma ruptura, do comportamento que a gente via na série”, destacou o pesquisador.

A receita nominal do varejo subiu 3,9% em agosto. Na comparação anual, subiu 5,9%. No acumulado no ano, tem elevação de 2,4%. Em 12 meses, passou a acumular alta de 3,4%

Alta em 5 das 8 atividades

Cinco das 8 atividades pesquisadas tiveram alta na passagem de julho para agosto: tecidos, vestuário e calçados (30,5%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (10,4%), móveis e eletrodomésticos (4,6%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,5%) e combustíveis e lubrificantes (1,3%).

Por outro lado, houve recuo nas vendas de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-1,2%), Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,2%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-24,7%).

O IBGE destacou que fatores como a alta dos preços tiveram influência sobre o desempenho do varejo em agosto, especialmente o setor de supermercados, impactado pela inflação dos alimentos.

No comércio varejista ampliado, que inclui Veículos, motos, partes e peças e de Material de construção, o volume de vendas cresceu 4,6% em relação a julho e 3,9% na comparação internanual. No acumulado no ano e nos últimos 12 meses, ainda há queda de 5% e de 1,7%, respectivamente.

Com informações de O Sul

   

  

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