COLUNISTA
ÚLTIMAS PALAVRAS
   
Nosso colunista André Roberto Mallmann disserta hoje sobre despedidas

Por André Roberto Mallmann
08/11/2021 14h33

Há alguns dias venho pensando sobre uma situação: o privilégio da pessoa que pode se despedir. Sim, estou falando da morte. Do momento em que, materialmente, deixamos de existir neste mundo. Muitas pessoas encontram este momento num leito de hospital, rodeado de seus familiares e com todas as últimas palavras ditas. Outras tantas, porém, não têm este cenário, que, registro, considero um privilégio. Partem deste mundo sem o direito, sem a possibilidade de dizerem as últimas palavras. Deixam questões pendentes. Assuntos em abertos. Sentimentos não expressados. Agradecimentos não ditos. Desculpas não pedidas. Partem num instante, sem aviso, sem alerta, e nos deixam em aberto a pergunta de quais seriam suas últimas palavras.

Então, quem sabe sejamos mais atentos. Quem sabe não deixemos para depois o que temos para sentir, para dizer e para viver. Quem sabe antecipemos nossas palavras, evitando desta forma que acabem não sendo ditas. Ou que não precisem ser as últimas palavras. Quando não haverá mais tempo para nada.

   

  

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