COLUNISTA |
Como não vender na internet |
Como NÃO ganhar dinheiro com as redes sociais é o artigo desta semana da nossa colunista e colaboradora Ellen Camargo. Não deixe de conferir |
Você já percebeu ao navegar pelas redes sociais que a interação com as publicações
caiu bastante? Isso não significa que o código das redes sociais está deixando de
entregar o seu conteúdo, a verdade é que as pessoas não estão interagindo mais.
É aquilo que a gente sempre fala sobre o cérebro ativo, que absorve o conteúdo, e o
cérebro proativo, que responde ao que vê. Quando você está navegando em uma rede
social, lá no seu feed, passando o dedo pra cima e pra baixo e você, finalmente acha
uma coisa legal, a sua interação com a mídia (texto, imagem ou vídeo) é apenas visual.
Isso não quer dizer que você vai realmente comentar, curtir ou até compartilhar e muito
menos salvar aquele conteúdo mesmo que você goste porque o seu cérebro já assimilou
que haverá outros iguais e você fica buscando outros conteúdos melhores que
mereçam, enfim, a sua interação. Tem que ser algo realmente irresistível
As pessoas estão passando cada vez mais tempo trabalhando para produzir conteúdo
de qualidade nas redes sociais, mas esse conteúdo na verdade está sendo visto e não
considerado. Observamos também que as publicações mais parecidas é as que
possuem mais interações. Mesmo que o conteúdo seja bobo, se está na “na moda”, vale
o “like”! Aí, muita gente interage por causa da música ou da “dancinha” sem considerar
a mensagem por trás do post.
Se por um lado o algoritmo não tem nada a ver com isso, por outro ele é completamente
responsável. As redes sociais são empresas de marketing. Elas não existem com o
intuito de te ajudar a fazer amigos, elas existem pra que você conte a todo mundo o que
compra, o que come, o que veste e como vive. Isso mesmo, sua vida é um produto, um
não, vários. Pelo menos 10% do que você vê no seu feed são anúncios, a segunda
coisa são publicações de pessoas que você sequer conhece, mas que dão muito lucro
para a “empresa de marketing social”. Conteúdos de qualidade e que você realmente
gosta, ficam em terceiro ou até quarto plano.
Por isso, muitas pessoas desistem de trabalhar com as redes sociais, porque apesar de
produzir bom conteúdo, quase ninguém interage e quase ninguém vê. E o motivo é
muito simples: seu conteúdo não dá lucro para a rede que você possui perfil. Então, ela
vai entregar primeiro o conteúdo que dá lucro. Sabe aquela notícia importante ou aquele
estudo relevante que você gostaria de ver? Se não tem perfil comercial, dificilmente será
entregue no seu feed, antes, você receberá vídeos parecidos de pessoas dançando ou
até praticando coisas estranhas. Mesmo que você não goste, será “empurrado” para
você várias e várias vezes até você interagir e aí, caro leitor, é o que você verá sempre
pessoas fazendo marketing até sem saber porque isso vende. Não estou dizendo para
você vender coisas no seu perfil, mas, o seu estilo de vida é desinteressante ou não
comercial
Ou seja, você tem duas escolhas. Primeiro, você continua produzindo conteúdo de
qualidade e aceita o pouco de interação que há. Segundo, você começa a produzir
conteúdo “comercial”, ou seja, que vende e dá lucro para a rede, e no meio você coloca
alguns dos seus vídeos de qualidade.
Assim como a profissão de advogado ou apicultor não é para todo mundo, ser
influenciador digital e trabalhar com a internet também não é para todo mundo. Você
precisa encontrar a sua vocação e se você não tem o desejo de expor o seu estilo de
vida na internet, você precisa aceitar que talvez isso não seja pra você.
Essa é a dura realidade de algumas pessoas que são espectadoras de grandes
influenciadores e que caem na conversa de que “todos podem trabalhar com a internet”.
Mas eu estou aqui pra te dizer que não, nem todos!
Gastar muito tempo produzindo conteúdo de qualidade ou utilizando aplicativos e grupos
de compartilhamento e seguidores, não te farão ganhar dinheiro como você espera. O
segredo das redes sociais está no conteúdo comercial, seja de um produto que promete
milagres ou até mesmo a sua vida super interessante. As pessoas querem ser como
você? Então, isso vende. Você usou um produto que fez milagres? Isso vende. Você é
uma pessoa polêmica? Isso vende. Você faz conteúdos que estão “na moda”? Isso
vende. Você produz conteúdos que ajudam a comunidade? Talvez não venda. Você
produz conteúdo sério e que não é polêmico? Provavelmente, isso não vende. E se não
vende, não dá lucro para a rede, adivinha? O seu post estará no final da fila.
Agora que você já sabe o que acontece com o trabalho da internet, cabe a você escolher
se quer continuar ou não
Não quero te desanimar, quero que você continue sendo um criador de conteúdo,
mesmo que anônimo. No entanto, pense, isso está te rendendo alguma coisa ou está
tomando o seu tempo? Lembre-se da frase que o Bill Gates disse: “o tempo é a única
commodity que a gente não consegue comprar porque o tempo é igual para todos. Se
você tem muito dinheiro o tempo é igual para você, se você não tem dinheiro o tempo
ainda é o mesmo”.
Você está gastando seu tempo com uma coisa que não está te rendendo nada ou você
está gastando seu tempo com alguma coisa útil? Pense bem e não venda o seu tempo
na internet!
Ellen Camargo é pedagoga, neuropsicopedagoga, autismóloga e especialista em comportamento.
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