Acordei no domingo com um barulho diferente na frente do meu prédio. Gritos, aplausos, aquele burburinho animado. Ainda meio sonolenta, fui até a janela para ver o que estava acontecendo. Ah, claro! Era a primeira etapa do Circuito dos Vales aqui na cidade. Peguei meu café e fui assistir.
Que cena bonita! Gente novinha, gente mais experiente, alguns com aquele corpo de atleta e outros nem tanto. Mas todos ali, num desafio pessoal, eles com eles mesmos. O esforço estampado no rosto, a superação em cada passada. E no meio de tudo isso, uma cena me emocionou de verdade e fez meu coração apertar.
Vi a Aline. Uma antiga colega de aula, já fomos muito amigas, mas hoje o contato é raro. Ela estava parada ali na calçada, observando a corrida. Até aí, nada demais. Mas, de repente, ela avistou a irmã se aproximando, correndo com aquele olhar de quem já está no limite. E então, como se tivesse buscado uma energia lá do dedão do pé, Aline começou a gritar:
"Fran, você tá quase lá! Falta pouco, tu vai conseguir! Sei que é difícil, mas depois você descansa!"
E, como se não bastasse o incentivo, ela saiu correndo junto com a irmã por alguns metros.
Gente, eu chorei.
Conheço as duas a vida toda, e sempre que as vejo, estão juntas. Mas naquele momento, percebi a dimensão do carinho, do amor e do cuidado entre elas. Não era só uma corrida. Era sobre apoio, sobre estar presente nos momentos difíceis, sobre não deixar o outro desistir.
Todos deveríamos ter uma "Aline" na nossa vida. Alguém que grite por nós quando estivermos cansados, que corra ao nosso lado quando as forças estiverem indo embora, que nos lembre de que falta pouco e que vamos conseguir.

E você? Quem é a sua "Aline"?