COLUNISTA |
ÁLCOOL E DROGAS |
Um dos efeitos menos conhecidos e mais nocivos do consumo abusivo de álcool na adolescência é a resistência cada vez maior dos jovens ao álcool |
A situação é preocupante! Estive nos últimos quinze dias no interior do MS, em aldeias indígenas e me preocupou demais a quantidade de índios jovens, dependentes de drogas e alcoolismo. Só para ter uma ideia de como o problema é sério, hoje quase metade dos jovens com idade entre 12 e 18 anos já bebem e muito; enquanto lá nos anos 1980, os jovens iniciavam o consumo de álcool entre os 16 e 20 anos. Os prejuízos cognitivos do álcool nesta idade são irreversíveis, pois o cérebro permanece em fase de formação até os 21 anos.
O álcool é o primeiro passo para entrar nas drogas mais pesadas e cada vez mais as bebidas alcoólicas fazem parte do cotidiano das famílias. Na verdade, o álcool é hoje a droga mais usada por adolescentes tanto no nosso cotidiano, como nas tribos indígenas. Somam-se ao consumo de álcool a mistura de energéticos, aumentando ainda mais o efeito degenerativo do cérebro com estas duas drogas. É impressionante em eventos com aglomeração de jovens e adolescentes esta conduta etílica de beber. Parece que não conseguem se divertir sem beber, é difícil encontrar um sem uma garrafa ou um copo de alguma bebida nas mãos. Segundo a pesquisadora Consuelo Guerri, se um jovem começa a beber durante os fins de semana aos 13 anos, em plena pré-adolescência, tem 65% de chance de se viciar em álcool quando for adulto, enquanto que, se o hábito se iniciar aos 21 anos, a probabilidade cai para 5%.
A razão para este fenômeno, segundo os especialistas, é que entre os 13 e os 21 anos, o sistema nervoso e neuronal ainda se encontra em processo de amadurecimento e os possíveis danos cognitivos acarretados pelo chamado "alcoolismo de fim de semana" não podem ser consertados no futuro. Um dos efeitos menos conhecidos e mais nocivos do consumo abusivo de álcool na adolescência é a resistência cada vez maior dos jovens ao álcool, ou seja, cada vez sentem menos mal-estar ao consumi-lo e vão se acostumando, apesar dos danos causados no fígado e nos sistemas digestivo e nervoso. Quanto mais resistente as pessoas ficam ao consumo, mais expostas estão a dependência.
Tanto os pais, quanto os filhos devem estar conscientes do risco por trás do consumo de bebidas alcoólicas, pois um simples hábito social de beber durante os fins de semana pode levar os neurônios dos adolescentes a alterações. E agora a entrada dos cigarros eletrônico, a coisa ficou mais séria ainda
Infelizmente estamos indo para um caminho quase que sem volta.
Até a próxima
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