COLUNISTA
As feministas perderam para os homens, e a posição da primeira-dama, Janja, é a prova disso
   
Por décadas, o feminismo travou uma guerra contra o lar. Em vez de reafirmar a importância da maternidade, da família e do papel central da mulher na sociedade, preferiu abraçar o mundo corporativo como único espaço de realização

Por Jota Júnior
09/04/2025 15h35

As feministas perderam para os homens, e a posição da primeira-dama, Janja, é a prova disso. Na última semana, Lula se pronunciou sobre as polêmicas envolvendo sua esposa, criticada por sua presença em agendas oficiais, interferências na governança do governo petista e viagens internacionais com gastos excessivos em segurança, equipe e diárias sem justificativa. Janja não foi eleita, mas desfruta de um prestígio como se assim fosse, o que para a maioria dos brasileiros resulta em um gosto amargo.

Segundo o presidente, o lugar de Janja é onde ela quiser, e ela estaria respaldada por ele para agir como bem entender. A fala culminou na infeliz afirmação de que "Janja não nasceu para ser dona de casa". A afirmação que descredibiliza o título de “dona de casa”, poderia ser mais uma grande gafe de Lula, mas seu discurso contraditório não surpreendentemente é abraçado pelo movimento feminista. Tal situação não é nenhuma novidade para a pauta em questão, afinal, o discurso feminista defende que: ser dona de casa é a única coisa que uma mulher não pode optar fazer, como exprime a própria mãe do feminismo - Simone de Beauvoir - em uma de suas obras: “Nenhuma mulher deveria ter autorização para ficar em casa e cuidar de crianças. A sociedade deveria ser totalmente diferente. As mulheres não deveriam ter essa opção precisamente porque se tal escolha existir, demasiadas mulheres seguirão…”

Por décadas, o feminismo travou uma guerra contra o lar. Em vez de reafirmar a importância da maternidade, da família e do papel central da mulher na sociedade, preferiu abraçar o mundo corporativo como único espaço de realização. Chesterton já alertava para esse paradoxo: ao buscarem liberdade, as mulheres acabaram trocando o que seria um reinado dentro do lar por um emprego exaustivo e impessoal no mundo dos negócios. O feminismo não as tornou mais livres, mas subjugou-as a outro patrão, que, diferente do esposo, sequer oferece afeto ou confiança.

Se uma posição pública de representação política fosse o modelo ideal de mulher, o que Janja representa para as brasileiras? Desfrutando dos luxos que a maioria das mulheres brasileiras, em sua grande maioria pobres, jamais conhecerão? Em agendas internacionais em países cujas mulheres periféricas só veem nas novelas? Comprando roupas de grife enquanto apoia medidas que taxavam a importação de vestuário acessível a mulheres de baixa renda?

Janja, como primeira-dama, não é um símbolo de liberdade ou progresso para as mulheres brasileiras. Ela é o reflexo de um feminismo que diz ter os pés no chão, quando na verdade os mantém em um tapete de R$114 mil, como no que ela adquiriu no Palácio do Planalto. 

 

 

Jota Júnior

Como café:Preto, passado e amargo. Influenciador digital e comentarista político.

   

  

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