Gostar de ler, lidar com números e fazer contas não é uma novidade para Pedro Sulzbach Diedrich, de 13 anos. Isso começou em casa, antes mesmo de frequentar a escola. Hoje aluno da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) José Bonifácio, no Distrito de Costão, interior de Estrela, Pedro já alça "voos" maiores. E em sua primeira viagem de avião que ele embarcou para o Rio de Janeiro, no mês passado, para receber a premiação na 18ª edição da Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) – apesar desta também permitir a participação de alunos da rede privada.

Foram mais de 18,3 milhões de participantes (do 6º ano do Fundamental ao 3º ano do Médio) de 53 mil escolas de todo o País desta que é a maior competição científica do país, e o estrelense foi um dos 650 alunos que levou a medalha de ouro. Foi o 39º na sua categoria, 7º no Estado (3º considerando apenas as escolas públicas gaúchas).

A premiação nacional ocorreu no Rio de Janeiro no último dia 11. Promovida pelo IMPA, em cerimônia com a presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. Nesta quarta-feira (26), acompanhado da mãe Letícia; da diretora da Emef José Bonifácio, Leila Ane Dresch; e da secretária de Educação de Estrela, Elisângela Mendes, Pedro Sulzbach foi recebido no gabinete pelo prefeito Elmar Schneider, em encontro que era para ter ocorrido antes, mas foi protelado pelas enchentes. “A qualidade do ensino de nossa rede municipal, seja na cidade, seja no interior, é exemplificada por este jovem talento, também um modelo de dedicação aos estudos e educação familiar, o que também é fundamental”, frisou o chefe do Executivo.         

Interesse antigo

De acordo com Pedro, o gosto pelos números vem desde pequeno. “Sempre gostei. Assim como coisas de ciência, astronomia, informática”, diz. Sua mãe, que viajou para o Rio de Janeiro para acompanhar a premiação, confirma. “Ele sempre demonstrou interesse. Desde pequeno vinha nos perguntar sobre números; contas. Queria saber como funcionava as operações. Também para outras coisas além do comum para a idade dele. E mostrava ter facilidade em entender”, revela ela, orgulhosa.

Não foi a primeira participação do jovem, e nem será a última. “Em 2022 fiquei com a medalha de bronze. Agora a de ouro. Já fiz a primeira prova da primeira etapa da Olimpíada de 2024, mas agora em nova categoria, com alunos mais velhos. É mais difícil, mas estou esperando o resultado sair”, revela ele, que diz já vislumbrar um futuro. “Desejo trabalhar em alguma área que envolva ciências, engenharia de computação, astronomia, que também envolvem números”, detalha ele, que faz estudos paralelos. Pela conquista, por sinal, Pedro, assim como outros medalhistas nacionais da OBMEP, foi convidado a participar do Programa de Iniciação Científica (PIC Jr.) como incentivo e promoção do desenvolvimento acadêmico. A iniciativa oferece uma bolsa de R$ 300 aos alunos de escolas públicas que integram o programa, na qual tem acesso a uma diversificada plataforma de cursos.