COLUNISTA |
NOSSO PONTO CEGO |
Repreendemos nosso semelhante por suas faltas leves e nos descuidamos dos nossos maiores erros |
Nosso cérebro está dividido em quatro pontos distintos, e um deles é o ponto cego, onde praticamos atos despercebidos pelo nosso consciente, mas que os outros podem ver.
É difícil um fofoqueiro admitir que faça fofoca de alguém.
É difícil alguém que critica o tempo todo admitir ser crítico.
É difícil ver um lamentador admitir seus lamentos.
A paixão é um destes sentimentos que pode nos levar para a desobediência do racional, podendo jogar no lixo uma vida inteira construída com zelo e amor por causa do nosso ponto cego; não me refiro somente aos defeitos e falhas que cometemos pela cegueira, mas também aos nossos talentos que, muitas vezes, perdem-se em meio a esta cegueira.
“Repreendemos nosso semelhante por suas faltas leves e nos descuidamos dos nossos maiores erros”. Como é difícil enxergar o eu escondido e a pouca luz que temos para clarear nosso ponto cego.
Para poder fugir da impiedosa cegueira interior, devemos nos despojar de alguns preceitos básicos do apego a determinadas coisas, que nos impedem de amar coletivamente. A vida se apresenta como uma porta que se abre a cada amanhecer e é esta sensação de vida que faz o ser humano se renovar a cada dia, se tornar mais jovem do que nunca.
Na verdade, começamos a juventude a partir do nascimento, só que muitos dominados pela cegueira não aprendem admitir isso, ficam pensando no fim e não nos meios da glória em cada idade.
A pior cegueira do eu escondido no homem moderno é não admitir a presença de um criador; à miúde, procedemos mal quando pensamos assim e quando satirizamos os dons sagrados do Criador em benefício próprio, por vezes achando que é o único no mundo. Por isso que muitos se ocupam demais em sua cegueira, sem lembrar que, ao seu redor, muitos estão precisando, um pouquinho de sua luz e atenção.
A maior parte dos atributos de uma pessoa feliz e de sucesso está nas atitudes mentais que possui em benefício do próximo. Maior atributo ainda tem aquele que dá vida a estes pensamentos, eliminando seu ponto cego.
O eu escondido também nos impede de ver as maravilhas que começam próximas da gente, dentro das nossas casas, que são a nossa família, bens preciosos e que necessitam demais desta luz. Por isso, não deixe a cegueira lhe atrapalhar... Ao menos em sua família.
Até a próxima!