COLUNISTA
Esse Ano Vou Vender Meu Voto
   
Infelizmente, parece que ainda há um longo caminho pela frente quando o assunto é consciência política. Vender o voto é abrir mão do poder que temos de mudar, de transformar o futuro da nossa cidade, da nossa região e, por fim, do nosso país

Por Raquele Simon
13/09/2024 16h12

Ontem, recebi uma mensagem que me deixou perplexa: “Esse ano vou vender meu voto.” Confesso que, por alguns instantes, fiquei sem palavras. Como alguém pode falar algo assim tão abertamente, como se fosse a coisa mais comum do mundo? Fui conversar com minha prima, que está sendo candidata pela primeira vez a vereadora na nossa cidade. Ela me revelou algo ainda mais preocupante: “Tu não faz ideia de quantas vezes ouço isso de pessoas com quem converso.”
Sinceramente, fiquei chocada. Pensei que, com tudo o que já vivemos como sociedade, já tivéssemos avançado um pouco mais, já tivéssemos aprendido com os erros do passado, com as escolhas equivocadas que trouxeram tantas consequências negativas. Infelizmente, parece que ainda há um longo caminho pela frente quando o assunto é consciência política.
Vender o voto é abrir mão do poder que temos de mudar, de transformar o futuro da nossa cidade, da nossa região e, por fim, do nosso país. Quando alguém vende o voto, está trocando sua dignidade, seus direitos e sua esperança por um benefício imediato e, na maioria das vezes, passageiro. E o que é pior: essa escolha tem um impacto profundo na vida de todos, inclusive daqueles que jamais pensariam em “negociar” o que deveria ser um ato de cidadania.
O voto não é apenas um dever, é uma ferramenta de transformação. Ele nos dá a chance de escolher líderes que realmente se importam com os interesses dos cidadãos, que enxergam além de seus próprios "interesses" e colocam as pessoas e o bem-estar coletivo em primeiro lugar. Nossa responsabilidade vai muito além de apertar um botão na urna. É preciso refletir, questionar, analisar e, sobretudo, votar com consciência.
Estamos em um momento decisivo. O mundo, o país, nossas cidades enfrentam desafios enormes: crises econômicas e mudanças climáticas. Precisamos de governantes que olhem para frente, que se preocupem com o meio ambiente, com o desenvolvimento sustentável, com a educação, segurança e a saúde de qualidade para todos. Governantes que pensem no futuro, e não apenas em interesses imediatos e pessoais.
Vender o voto é entregar o nosso futuro nas mãos de quem não se importa com ele. Parece uma escolha simples, mas prolonga a má gestão e a corrupção. O preço que pagamos por isso é muito maior do que imaginamos, afetando diretamente a saúde, a educação e a segurança. Que possamos usar essa ferramenta poderosa para fazer a diferença, votando com consciência e construindo um futuro mais justo e próspero.

   

  

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