COLUNISTA
ENTENDA: NÃO EXISTE DINHEIRO PÚBLICO
   
Ao compreendermos que o dinheiro utilizado pelo governo provém dos contribuintes devemos também reconhecer que o Estado atua como um mero gestor desses recursos e não como um proprietário legítimo

Por André Roberto Mallmann
18/03/2024 15h55

Muitas vezes a expressão "dinheiro público" é empregada de forma genérica, sem uma análise mais aprofundada do seu significado real. No entanto, ao examinar a origem e o destino desses recursos, torna-se evidente que o dinheiro gasto pela administração pública não é meramente "público", mas sim proveniente dos cidadãos e das empresas que contribuem para a economia do país.

Origem dos recursos financeiros: uma realidade incontestável

Ao afirmar que não existe dinheiro público, mas sim recursos provenientes dos cidadãos e das empresas, destacamos a verdade subjacente: o Estado não possui uma fonte de receita própria. Todos os fundos utilizados para financiar obras públicas, programas sociais, salários de funcionários públicos e demais despesas administrativas são arrecadados através de impostos, taxas e outras formas de contribuição compulsória.

Implicações da fonte de recursos: não reconhece o verdadeiro proprietário

Ao compreendermos que o dinheiro utilizado pelo governo provém dos contribuintes devemos também reconhecer que o Estado atua como um mero gestor desses recursos e não como um proprietário legítimo. Portanto, as obras públicas não representam um favor concedido pelo governo, mas sim uma obrigação de devolver à sociedade parte dos recursos arrecadados por meio de impostos e outras taxas.

Transparência e prestação de contas: pilares da boa governança

Compreender a origem dos recursos financeiros utilizados pelo governo é essencial para promover a transparência e a prestação de contas na administração pública. Os cidadãos têm o direito de exigir uma gestão responsável e eficiente dos recursos, bem como a fiscalização adequada do uso do dinheiro arrecadado.

Responsabilidade cívica e participação ativa: empoderando os cidadãos

Ao reconhecer que o dinheiro gasto pelo governo pertence aos cidadãos, é fundamental que os indivíduos assumam um papel ativo na fiscalização e no acompanhamento das políticas públicas. A participação cívica e o engajamento da sociedade civil são elementos-chave para garantir que os recursos públicos sejam utilizados de maneira transparente e em benefício do interesse coletivo.

Conclusão: uma mudança de paradigma necessária

Em última análise, ao desmistificar o conceito de dinheiro público e reconhecer a sua verdadeira origem nos contribuintes, podemos promover uma maior conscientização sobre a responsabilidade fiscal e a importância da boa governança. Somente através da participação ativa e da vigilância cidadã podemos garantir que os recursos públicos sejam utilizados de forma ética, transparente e em consonância com os interesses da sociedade como um todo. E quando ocorre a má gestão do dinheiro público, com desvios e realização de obras desnecessárias ou com custo elevado, lembre-se, não é o dinheiro público que foi gasto ou desviado, mas o seu.

   

  

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