COLUNISTA |
GIGANTES NO TRABALHO E FRÁGEIS NA FAMÍLIA |
Muitos podem vencer no trabalho, mas não conseguem vencer a frustração de não ter uma família que os ame |
Muitos homens e mulheres são prisioneiros do trabalho, estão presos em demasia, com horas sem fim, dedicados aos resultados, por consequência, ficam mais frágeis do que uma criança, presos a uma vida de muito sacrifício e sofrendo com suas angústias. São pessoas carentes e descuidados consigo mesmas, dominados pelo seu mundo interior e que, para serem reconhecidos, usam o trabalho como forma de mostrar sua superioridade e poder.
Diante de tudo isso, tornam-se super trabalhadores, super funcionários, super gerentes, super professores. E quem paga o alto preço é a família.
Dominar pela força do trabalho e chorar suas fraquezas em segredo. Eis a questão! Ainda que parcialmente, a energia emocional vai falar mais alto na mente daqueles que, externamente, se mostram gigantes e fortes, mas que no recolhimento do seu silêncio são dominados por suas fraquezas e fragilidades. Muitos choram e se angustiam quando se sentem só e se perguntam. Porque estou fazendo tudo isso?
Presidentes dominam países, empresários e executivos coordenam grandes empresas, mas não conseguem dominar suas próprias emoções. Bravos guerreiros venceram fortes batalhas, mas perderam a guerra do seu silêncio interior.
Tudo isso já começa cedo. Os jovens são doutrinados e ensinados durante anos a fio a serem gigantes, maior do que sua própria capacidade; aprendem que as metas são o caminho, que superar obstáculos é o canal, tornam suas vidas uma verdadeira competição, não reconhecendo mais seus sentimentos; transformam-se em gigantes do trabalho em lutas com os outros e escondem dentro de si uma fragilidade infantil que os leva muitas vezes, ao silêncio à angústia e à tristeza.
O modelo educacional dos tempos modernos não está ensinando a qualidade de viver. Conseguem ensinar como funciona o complicado código genético de nossa formação, mas não conseguem mais ensinar o amor e o convívio harmonioso entre o trabalho e a família.
Tudo isso está nos levando a sermos verdadeiros gigantes por fora e pequenos por dentro. Podemos vencer no trabalho, mas não conseguimos vencer a frustração de não ter uma família que me ame.
Qual a saída? Sugiro iniciar pela atitude de mudar a si, sem mudar de emprego ou da condição de empresário, porém, dando a si mesmo, uma oportunidade de viver. Sempre há tempo de mudar e repensar sua vida sem precisar desistir de nada.
Até a próxima!