COLUNISTA
METAS OU NEUROSE
   
A neurose que se criou por ‘bater metas’ cada vez mais desafiadoras tem levado gerentes de empresas, bancos a uma verdadeira paranoia, conduzindo seus funcionários a índices elevados de estresse.

Por Jaime Folle
02/07/2024 15h40

As metas são o motor que puxa o resultado de qualquer negócio, porém o grande problema, é quando vira uma neurose que que extrapolam o direito e a razão. Está acontecendo nas empresas, bancos e até em entidades não privadas, inclusive na polícia, que se chama ‘bater metas’.

A neurose que se criou por ‘bater metas’ cada vez mais desafiadoras tem levado gerentes de empresas, bancos a uma verdadeira paranoia, conduzindo seus funcionários a índices elevados de estresse. Afinal, aonde se quer chegar com esta obsessão em bater recorde em cima de recorde?

            Volto a frisar que eu não sou contra as metas e que as metas são fundamentais para o sucesso de qualquer negócio, o que não pode é transforma-las em uma neurose que foi se criando a partir da revolução industrial e que têm levado muita gente à beira da loucura , ou até ao suicídio.

            1º. Temos que ter sucesso na vida e, para tal, o sucesso é definido através do acúmulo de bens.

            2º Temos que ser felizes o tempo todo e a qualquer preço, gastando muito dinheiro, acima da capacidade de ganho; com isso, criou-se uma sociedade que gasta mais do que ganha. O resultado é esse consumismo absurdo e o endividamento da população, principalmente a classe média.

3º Temos que bater metas impostas e fazer tudo certo, inclusive sob ameaça de demissão, sabendo que não há um único caminho para fazer as coisas. As metas são necessárias para o sucesso das empresas, e também para o sucesso das pessoas, desde que elas não se configurem como um fardo excessivo de ameaças constantes para atingi-las.

A pressão por metas é um dos principais motivos do adoecimento nas escalas de trabalho, tanto físico quanto mental. Segundo o Sindicato dos Bancários, cerca de 69% deles desenvolvem doenças diretamente ligadas à pressão das metas impostas pelos bancos.

Afinal de contas, o que se quer com esta paranóia abusiva de bater metas a vida inteira, cada vez mais desafiadoras, sob o pretexto de pontear a escala do sucesso?

Calma e mais fôlego. Nosso corpo é matéria e espírito, ele não é máquina. Entendo que no futuro, assim como já ocorreu no Japão, Estados Unidos e agora na China, no Brasil também estamos caminhando para uma onda de suicídios coletivos nas organizações, por conta desta neurose que são as metas abusivas dos últimos tempos, impostas pelas organizações.

Até a próxima!

 

   

  

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