COLUNISTA
CÉREBRO DEPENDENTE
   
A mente pula de um lado para outro levando as pessoas a um déficit de atenção muito mais elevado do que há trinta anos atrás

Por Jaime Folle
24/09/2024 15h54

As engrenagens das máquinas foram cedendo espaços para um sistema de automação tão grande, que hoje os cientistas estão pesquisando se este sistema está ajudando ou prejudicando os seres humanos, pois a grande maioria, sendo assim, estamos diminuindo os sentimentos, virando verdadeiros cérebros dependentes.

A revolução industrial, trouxe uma transformação radical na vida dos seres humanos, pois uma máquina passou a fazer o trabalho de muitos trabalhadores, com muito mais eficácia, porém produzindo efeitos colaterais: um distúrbio já batizado de "cérebro dependente". Por causa de alterações químicas cerebrais, passamos a ter dificuldade de concentração em apenas um assunto, e de lidar com coisas simples do cotidiano, como ler um livro e se emocionar, conversar com alguém prestando atenção no que ele fala. A mente pula de um lado para outro levando as pessoas a um déficit de atenção muito mais elevado do que há trinta anos atrás.

Outro aspecto grave é a falta de foco, que gera o desvio do assunto, mais um drama de analfabetismo do cérebro dependente ou analfabetismo emocional, ou seja, a dificuldade de ler as emoções no rosto, na postura ou na voz, o que torna mais seco e complexo o relacionamento interpessoal.

Neste ano, Clifford Nass, professor de psicologia social na Universidade Stanford, constatou a dificuldade de relacionamento entre os seres humanos, algo que se descobre facilmente lendo as emoções que praticamente não existem mais na expressão dos seus rostos. O problema, segundo ele, está tanto na falta de contato cara a cara, como na dificuldade de se relacionar socialmente com as pessoas próximas em pura dependência tecnológica para se comunicar.

Segundo o mesmo autor, foram levantadas, uma série de distorções como a compulsão para se manter conectado (semelhante a um vício) e o sistema que leva a aberrações psicológicas, pela frieza e falta de emoção. Chorar ou sorrir, pouca diferença faz, fruto da perda de emoção detectado através do uso excessivo da mídia eletrônica, especialmente a IA.

A pergunta que fica é: Aonde tudo isso vai terminar? E onde ficarão os verdadeiros valores do Ser Humano? 

Até a próxima.

   

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